sábado, 20 de novembro de 2010

MALÁRIA A CAMINHO DO FIM

"Vacina anti-malária pronta em três anos. DOIS mil e treze é o ano em que o produto candidato à vacina da malária RTS’S poderá estar disponível e para ser aplicada em crianças com idades entre os cinco e os 17 meses de idade, segundo evidenciou, recentemente, em Maputo, Jahit Sacarlal, investigador principal da nova ferramenta de luta contra a patologia, no nível do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM).Maputo, Sábado, 20 de Novembro de 2010:: Notícias . Falando numa audiência maioritariamente composta por estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Sacarlal afirmou que tudo está a ser feito para que nada falhe no processo dos ensaios da terceira fase que acontecem desde o ano passado no distrito da Manhiça. De acordo com os planos estabelecidos pelos cientistas, o dossier inicial da vacina será submetido a uma revisão reguladora internacional em 2012 seguindo a introdução no Programa Alargado de Vacinações (PAV). “Caso tudo corra bem, a implementação geral da RTS’S para bebés entre as seis e as 12 semanas será possível no espaço de mais ou menos cinco anos”, disse. Financiada pela “PATH Malaria Vaccine Initiative” e pela “GlaxoSmithKline Biological (GSK)”, a vacina está a ser ensaiada em 11 centros de pesquisa em sete países africanos e prevê recrutar perto de 16 mil crianças. A RTS’S é actualmente a vacina candidata contra a malária mais avançada no mundo. Foi desenvolvida e manufacturada nos laboratórios da GSK Biologicals na Bélgica nos finais dos anos 1980 e inicialmente foi testada em voluntários americanos como parte da colaboração com a “Walter Reed Army Institute of Research”. Na busca da nova solução contra a enfermidade, o CISM iniciou, em 2003, um estudo de prova de conceito com mais de duas mil crianças com idades entre um a quatro anos no momento da vacinação. Receberam três doses da vacina tendo sido seguidas por um período de 45 meses de modo a se acompanhar o evoluir da situação. Durante esse período de vigilância, a vacina mostrou que reduz o risco de infecção pelo “plasmodium falciparum” (30.5 porcento) e de malária grave (38.3 porcento). Aos 45 meses, a prevalência do “plasmodium falciparum” foi 34 porcento menor no grupo de RTS’S que no grupo controle. Em crianças menores de um ano, esta vacina mostrou ser segura e bem tolerada e a eficácia contra infecção foi de 65.9 porcento. Estudos recentes da Fase II feitos em outros países africanos mostraram que durante um período de oito meses de seguimento, a RTS’S reduzia o risco de episódios clínicos de malária em 53 porcento e demonstrava segurança e tolerância quando usada em bebés. De considerável importância, um estudo na Tanzania concluiu que a vacina RTS’S pode ser co-administrada com vacinas infantis nos termos do Programa Alargado de Vacinação, o que tem implicações importantes para o possível e futuro posicionamento estratégico da vacina.  “Estes estudos geraram evidências suficientes para poder seguir com ensaios de larga escala de Fase III da vacina, que tiveram início em Maio de 2009, em Bagamoyo, Tanzania”, destacou. A malária é tanto uma causa como uma consequência da pobreza. Estimativas recentes sugerem que a malária por si só custa cerca de 12 biliões de dólares norte-americanos aos países endémicos de África, representando um grande constrangimento ao progresso económico. Presentemente, a África continua a carregar o peso do fardo global da doença com cerca de 210 milhões de episódios clínicos. Dados actuais da Organização Mundial da Saúde são indicam o registo de 880 mil mortes dos quais a maior parte se verifica em crianças menores de cinco anos na África Austral." Fonte Jornal NOTICIAS.

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