sábado, 7 de abril de 2012

MOÇAMBIQUE HOJE NA IMPRENSA PORTUGUESA DIA DA MULHER MOÇAMBICANA E A DOIS DIAS DA VISITA DE PASSOS COELHO PRIMEIRO MINISTRO DE PORTUGAL

"A descoberta de gás suficiente para sustentar Portugal 22 anos provocou uma corrida de investidores. Com Galp e Cimpor na fila da frente

Moçambique a crescer mais de 7% ao ano atrai investimento português

Baía de Maputo, Moçambique
Baía de Maputo, Moçambique
Leonel de Castro
07/04/2012 | 00:00 | Dinheiro Vivo
Os dois voos semanais da TAP para Maputo estão cheios de portugueses. E já não chegam. A partir do verão, a companhia aérea vai duplicar a frequência na rota: quatro voos por semana para a capital moçambicana. O consulado de Portugal regista cerca de 140 entradas por semana - há dois anos, a média era de 60. Já há 25 mil portugueses a viver em Moçambique, a maioria na capital, e "têm chegado pessoas com todos os perfis e para todo o tipo de atividade", relata a consulesa-geral, Graça Gonçalves Pereira. Fogem à crise e à falta de empregos na Europa e vão à procura de novas oportunidades no país que é ainda um dos mais pobres do mundo mas que está a captar grandes investimentos graças à descoberta de enormes reservas de gás e carvão.Moçambique está na 204.ª posição do ranking do rendimento per capita entre 215 países. Mas o gás natural, que começará a ser comercializado no final do ano, pode ser a rampa de lançamento para subir na tabela. A Galp está na corrida, ao lado de norte-americanos (Anadarko), japoneses (Matsui), noruegueses (Statoil), anglo-holandeses (Shell), sem esquecer os tailandeses, indianos e chineses. Os russos foram os últimos a entrar na corrida. As reservas de gás são suficientes para sustentar Portugal durante 22 anos."Os trabalhos no offshore de Moçambique estão ainda na fase inicial, tendo já sido realizadas interpretações sísmicas e perfurados dois poços de exploração, na bacia do Rovuma, nos quais as descobertas de gás natural excederam amplamente as expectativas. Para 2012 está previsto o início da exploração de mais cinco poços naquela bacia", disse ao Dinheiro Vivo Teresa Loureiro Rodrigues, responsável pelas relações externas. A petrolífera opera em parceria com a Eni e a Kogas, na qual detém 10% no projeto da Área 4. A Galp não divulga o valor da operação, porém o Millennium bcp estima que a participação da petrolífera naquele consórcio pode valer 1,2 mil milhões de euros. Até 2016, a Galp planeia investir 400 milhões de euros, entre prospeção de gás e distribuição de combustíveis. "Estamos muito satisfeitos com os ativos que detemos em Moçambique e que se revelaram uma aposta acertada", diz Teresa Loureiro Rodrigues. E garante: "Nunca tivemos problemas de maior nem atrasos nos nossos projetos. Moçambique vai definitivamente tornar-se um produtor de gás natural incontornável a nível mundial."Mas não é só nos recursos naturais que há oportunidades. Em setembro de 2011, a Cimpor inaugurou um novo moinho de cimento na fábrica da Matola, um investimento de 18 milhões de euros. "Estamos em Moçambique há quase 20 anos. Sentimo-nos bem e somos líderes de mercado incontestáveis, portanto, é uma operação em que estamos muito empenhados. É rentável e será cada vez mais", acredita Francisco Lacerda, CEO da cimenteira. "A economia moçambicana está a crescer a um ritmo muito forte", acrescenta. Moçambique cresceu 7,4% em 2011, fortemente impulsionado pela atividade agrícola e pelo sector minério em franca expansão, justifica o FMI. A inflação caiu para 2,5% em fevereiro (em 2010 estava em 16,6%).A Portucel está a construir uma unidade de pasta de papel que está agora na fase de plantação de matéria-prima e das infraestruturas, um investimento de 33 milhões de euros até 2025. A Teixeira Duarte está a fazer a sede do Banco de Moçambique e um silo automóvel (56,7 milhões de euros). A Casais acredita que o país, um dos 12 mercados onde tem presença, represente este ano mais de 15% do volume de vendas (em 2011 o volume de negócios foi de 5,1 milhões). "O mercado apresenta oportunidades ao nível de infraestruturas e a experiência da Casais é uma mais-valia", diz António Araújo, responsável pela operação.O grupo Visabeira, um dos maiores investidores portugueses no país, tem em mãos a requalificação e gestão do hotel do Parque Nacional da Gorongosa. O investimento está avaliado em 1,45 milhões de euros."Há um interesse crescente por Moçambique. Isso nota-se no número de pessoas que nos contactam, no número crescente de empresas que se tornam sócias da Câmara de Comércio Portugal-Moçambique", diz o presidente da instituição, João Navega. "É fácil investir e trabalhar aqui. O ambiente de negócios é muito friendly. As instituições funcionam e os empresários portugueses têm demonstrado capacidade para se adaptar." Para João Navega, "logo a seguir a Cabo Verde, Moçambique tem sido um caso exemplar de good governance no quadro africano".  Portugal é o terceiro maior cliente e o quarto maior fornecedor de bens a Moçambique (exportou 217,9 mil milhões de euros no ano passado e só em janeiro deste ano já são 29,9 mil milhões). Foi o principal investidor estrangeiro em 2010. Mas ainda há dificuldades com que os investidores portugueses têm de lidar. "Mão de obra pouco qualificada, limites à contratação de pessoal estrangeiro, custos elevados de logística, alto grau de informalidade da economia, lentidão da justiça e inexistência de propriedade privada da terra" são as fraquezas do país, explica o AICEP. " Fonte www.dineirovivo.pt

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