domingo, 17 de novembro de 2013

CACHUPA PRATO TRADICIONAL DE CABO VERDE PATRIMÓNIO DA CULINÁRIA MUNDIAL, EM PERSPECTIVA!

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A SEMANA :

Cachupa com potencial para património da culinária mundial 17 Novembro 2013

A cachupa, prato tradicional de Cabo Verde, tem potencial para ser considerada património da culinária mundial. Quem o diz é o consultor das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Francisco Sarmento, que participava no simpósio sobre segurança alimentar e nutricional que aconteceu na cidade da Praia e reuniu especialistas e governos da CPLP.

Cachupa com potencial para património da culinária mundial
Para este especialista, Cabo Verde deve investir neste prato tradicional e, para isso, deve continuar a aposta no cultivo do milho. “Não podemos pensar que Cabo Verde será capaz de produzir milho para outros usos igual a outros países que têm recursos mais vastos, sobretudo os naturais como terra e água. Também não deve fazer outras culturas com as quais o país não vai conseguir arrecadar valores e diferenciar-se de outros que produzem de forma mais competitiva”, alertou este consultor da FAO.
Francisco Sarmento lembra que Cabo Verde está a apostar no sector do turismo e os turistas, sobretudo os mais jovens, vão querer cada vez mais conhecer e consumir produtos que tragam uma identidade cultural. “E a cachupa tem tudo isso. Tem potencialidades para ser considerada um património da culinária mundial”, afirma.A cachupa é o prato da gastronomia que identifica os cabo-verdianos em qualquer parte do mundo. Mais, há muito foi adoptada como prato nacional de países como Angola, S.Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, fazendo cada vez mais parte da ementa dos portugueses, senegaleses e de outros povos que convivem com a nossa diáspora.Mas o cabo-verdiano nunca pensou em dar um cunho oficial ao prato que emana da sua própria natureza porque comer cachupa para um cabo-verdiano é como respirar. Mas em Março de 2009 surgem em São Vicente os primeiros sinais de que Cabo Verde queria valorizar este seu património" é criada a primeira Confraria da Cachupa de Cabo Verde, na ilha de São Vicente. Assistiram a esta entronização representantes de 11 associações congéneres europeias.Esta Confraria da Cachupa propunha ser uma associação de cariz cultural, cuja principal missão era defender o vasto património gastronómico de Cabo Verde. Na ocasião, fez-se a bênção da confraria, seguida da sua escritura pública, lição de sapiência, entronização dos confrades fundadores, tomada de posse dos órgãos sociais e desfile pela Avenida Marginal. O evento teve ainda trocas de receitas e experiências.«Trata-se de um evento de grande prestígio, que trará a São Vicente varias confrarias gastronómicas estrangeiras. Isso irá permitir uma incursão no universo da nossa gastronomia, permitindo assim lançar as bases de um estudo mais aprofundado sobre a matéria», dizia o vereador da Cultura da Câmara de S.Vicente. Humberto Lélis.O problema é que nunca mais se ouviu falar em qualquer outra actividade desta confraria, que devia preservar a identidade cultural da gastronomia de Cabo Verde e transformar a Cachupa num produto turístico de referência a nível internacional. Espera-se que, agora que o consultor da FAO lançou este desafio de transformar a cachupa em património da culinária mundial, esta e outras instituições venham a acordar."
FONTE: JORNAL A SEMANA DE CABO VERDE.

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