"Somos todos países que têm relações económicas e financeiras muito importantes com a UE, no caso de Cabo Verde há uma parceria especial, e estamos a trabalhar na convergência normativa como via para reforçar os laços económicos e financeiros" com Bruxelas", afirmou o Governador do Banco central cabo-verdiano.
"Está no interesse, aqui reconhecido por todos, a obtenção da regulação e supervisão enquanto ainda decorre este processo de alteração na Europa, em que o nosso interlocutor é o Banco de Portugal e podemos falar em português", acrescentou.
Admitindo que a crise internacional desencadeada em 2008 deveu-se a "falhas na regulação e supervisão", Carlos Burgo salientou, por outro lado, que tal permitiu aumentar o nível de cooperação para atualizar os padrões internacionais nas duas áreas.
"(A atualização) permite evitar que haja recorrência de crises semelhantes a esta, cujas consequências ainda hoje nos afligem e que se devem, em parte, a falhas na regulação e supervisão", sublinhou Carlos Burgo, lembrando que esse caminho já está a ser feito.
"Já o estamos a percorrer e a vantagem destes encontros, tendo em conta a troca de experiências, é vermos mais claramente o caminho a percorrer, vermos claramente as soluções que são adotadas e que são apresentadas nas diferentes jurisdições", salientou.
Exemplo disso, acrescentou Carlos Burgo, foi a apresentação feita pelo Governador do BdP, Carlos Tavares, que se escusou a falar aos jornalistas, em que mostrou as transformações que ocorrem atualmente na Europa e que permitem perceber qual o caminho que os "29" estão a seguir.
Por outro lado, destacou ainda a apresentação da experiência do Brasil, "que é considerado um caso de sucesso" na regulação e supervisão.
"Vendo as especificidades dos diferentes países, somos capazes de, a nível nacional, configurar melhor as soluções e marcar o ritmo de evolução", concluiu.
Além de Carlos Tavares, do BdP, e de Carlos Burgo, estiveram presentes os governadores dos bancos centrais de Angola, José Lima Massano, Brasil, Luiz Edson Feltrim, Moçambique, Ernesto Gouveia Gove, São Tomé e Príncipe, Aldro Umbelina Neto, e Timor-Leste, Abraão Vasconcelos.
Em representação da Guiné-Bissau participou uma missão do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), composta pelo vice-governador, Jean Baptiste Campaoré, e pelo diretor nacional do banco para a Guiné-Bissau, João Fadiá.
O próximo encontro terá lugar em Moçambique, em 2016."
FONTE: NEWS BRIEF E OJE.