terça-feira, 9 de setembro de 2014

ANALFABETISMO EM MOÇAMBIQUE 48,1%, ATÉ 2015 PRETENDE-SE REDUZIR PARA 30%

O PAÍS espera reduzir a taxa de analfabetismo dos actuais 48,1 por cento para 30 por cento até 2015, assegurando o cumprimento de uma das Metas de Desenvolvimento do Milénio definidas pelas Nações Unidas.
A informação foi revelada ontem no quadro das celebrações do Dia Internacional da Alfabetização, cuja cerimónia central tive lugar em Vandúzi, província de Manica, sob o lema "Alfabetização e Desenvolvimento Sustentável".
A celebração de ontem tinha como um dos objectivos encorajar e sensibilizar os intervenientes e a comunidade a participarem nos programas de alfabetização em curso.
Segundo Laurindo Nhacune, director nacional de Alfabetização no Ministério da Educação, há resultados visíveis no combate ao analfabetismo, fruto do trabalho que vem sendo feito pelos alfabetizadores e educadores, que não medem esforço no seu dia-a-dia, enfrentando, com coragem e determinação, o combate a este fenómeno que ainda assola grande parte da nossa população.
Segundo Nhacune, apesar dos progressos alcançados, a taxa de analfabetismo do país continua entre as mais altas do mundo, principalmente entre as mulheres, cuja taxa de analfabetismo é superior (64,2%) em relação aos homens (34,6%), e mais alta nas áreas rurais (81,2%) do que nas urbanas (46,1%).
Os dados referem que com a proclamação da independência nacional, em 1975, a taxa de analfabetismo se situava em 93 por cento. Isto significava que em cada 100 moçambicanos apenas sete sabiam ler e escrever. Esta situação levou a que o Governo colocasse na sua agenda a alfabetização como uma das prioridades.
Em 1976, foi criada a primeira Direcção Nacional de Alfabetização e Educação de Adultos, com a missão de organizar o processo de alfabetização no território nacional. Dois anos depois, foi lançada a primeira campanha nacional de alfabetização, tendo a segunda e a terceira tido lugar em 1979 e 1980, respectivamente. Como resultado desse trabalho, a taxa de analfabetismo baixou consideravelmente para 72,8 por cento, representando uma queda deste flagelo em 20,2 por cento.
Entre 1980 e 1997 a taxa de analfabetismo reduziu de 72,8 por cento para 60,5 por cento, representando uma redução de 11,8 por cento. Com a guerra que caracterizou os anos 80 a 90, houve necessidade de um reajustamento económico, o que ditou a redefinição de prioridades. Isso implicou também a reestruturação do Ministério da Educação. Depois da extinção durante alguns anos, em Agosto de 2000, é recriada a Direcção Nacional de Alfabetização e Educação de Adultos, com a missão de dirigir, coordenar e supervisionar o processo de educação de adultos e educação não formal.
Neste período, foi elaborada a primeira estratégia de alfabetização e educação de adultos e educação não formal, que foi implementada de 2001 a 2010, e entre os aspectos-chave da mesma destacou-se o estabelecimento de parcerias, facto que concorreu para a galvanização das actividades de alfabetização e educação de adultos e do desenvolvimento de novo currículo de alfabetização e educação de adultos.
Com os esforços conjuntos do Governo, de parceiros de cooperação e da sociedade civil, denota-se uma redução da taxa, pois desde 2004 a taxa de analfabetismo, que era de 53,6 por cento, decresceu em mais de três por cento (50,4, em 2007), apesar de o analfabetismo ainda incidir sobre as mulheres, particularmente, nas zonas rurais e nas províncias do norte e parte do centro do país.
A UNESCO proclamou 8 de Setembro como o Dia Internacional da Alfabetização, a 17 de Novembro de 1965."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.

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