sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

BARCLAYS BANK EM MOÇAMBIQUE APOIA PROJECTOS DE INFRA - ESTRUTURAS - CHAVE DE PETRÓLEO E GAS

"A ESTRATÉGIA DO BARCLAYS
Not.: Tivemos conhecimento de que o Barclays (ABSA) pretende ajudar as empresas interessadas no desenvolvimento de estruturas-chave de petróleo. Quais são os planos?
B.A.: O Barclays tem desempenhado um papel importante na assistência a projectos de infra-estruturas-chave em Moçambique e em África, pela consultoria e financiamento. Isto criou um impacto socioeconómico positivo nos países onde operamos.
Not.: Como um banco comercial, que tipo de produtos financeiros oferece ao mercado?
B.A.: Oferecemos uma vasta gama de produtos através da nossa plataforma bancária corporativa e de investimento. Na vertente banca de investimento, oferecemos serviços de consultoria para fusões, aquisições, estruturação de dívida, organização da dívida, mercados de capital e dívida, mercado de capitais próprios e agências de notação de crédito. Na banca corporativa oferecemos serviços da banca transaccional e financiamento comercial em forma de concursos públicos e cumprimento contratual. Financiamos também toda a cadeia de valor incluindo os fornecedores e trabalhadores dos nossos clientes corporativos, através das plataformas bancárias de retalho e de negócios.
Not.: Disse que os bancos terão um apetite por estruturas financeiras de projectos viáveis comercialmente. Pode explicar-se melhor?
B.A.: Project Financeé uma estrutura onde os investidores e credores só têm recursos a fluxos de caixa gerados pelo projecto. Pelo que, para que um projecto seja viável terá que ter um fluxo constante de receitas suportado por um contrato a longo prazo, que seja suficiente para pagar a dívida e investimento de capitais próprios numa estrutura a longo prazo. O projecto terá de ser regulamentado por uma estrutura contractual equilibrada com as protecções adequadas para os intervenientes privados e para o Governo.
É nossa intenção, também, que estes projectos de infra-estrutura tenham impacto positivo na economia e comunidades locais. Somos rigorosos e só apoiamos projectos que cumpram também pressupostos sociais e ambientais.
Not.: Moçambique necessita de capital para desenvolver infra-estruturas de petróleo e gás. Qual é a estratégia do Barclays?
B.A.: A estratégia do Barclays é estar entre os três principais intervenientes em África, incluindo Moçambique. Temos capacidade de não só financiar como também de prover serviços de consultoria e obter financiamento para os nossos clientes. Neste sentido, as nossas capacidades permitem-nos efectuar negócios acima da nossa capacidade de financiar.
Fontes de financiamento
Not.: Existem diferentes fontes de financiamento para os projectos de infra-estrutura. No caso de Moçambique, qual é a fonte mais provável e onde o Barclays se localiza?
B.A.: As fontes mais prováveis são instituições financeiras de desenvolvimento, agências de notação de crédito e bancos comerciais. Como disse, o Barclays poderá desempenhar o papel de consultor financeiro e de promotor, o que significa que poderemos ajudar os clientes a obter financiamento a partir daquelas três. As nossas equipas de consultoria e financiamento de projectos já efectuaram negócios em Moçambique com todas as entidades acima mencionadas, o que significa que o Barclays poderá organizar a estrutura geral de endividamento.
Not.: Terão capacidade de financiar as outras áreas relacionadas?
B.A.: Para exportar LNG são necessárias condutas, fábricas e terminais. Contudo, para monetizar o gás localmente pela produção de GTL, metanol, ureia e fertilizantes serão necessárias, também, estradas, linhas férreas, energia, terminais e portos. Para este investimento será necessário que o Governo trabalhe conjuntamente com o sector privado na planificação e desenvolvimento do mesmo.
Not.: São necessários 30 biliões de dólares para o desenvolvimento de infra-estruturas. Será possível obter todo este montante?
B.A.: Esse é o montante necessário só para o desenvolvimento de fábricas e terminais de LNG. Os investidores do LNG estão a trabalhar na obtenção destes fundos a partir de ECA e bancos comerciais. Com um quadro legal e contratual apropriados, combinado com contratos de LNG de longo prazo, pensamos que haverá fundos para desenvolver os projectos de gás.
PROMOVER DESENVOLVIMENTO
Not.: Neste cenário de queda de preços de matérias-primas, as instituições sentem-se encorajadas a financiar infra-estruturas?
B.A.: A infra-estrutura é que permite monetizar os recursos naturais. É parte da curva de custo para a exportação dos recursos naturais e para a eficácia e diminuição do custo de desenvolvimento. Desde que o fluxo de caixa seja regulamentado de forma adequada, a infra-estrutura será capaz de ser desenvolvida e financiada.
Not.: O que serve de garantia de sustentabilidade dos projectos?
B.A.: Os investidores em infra-estrutura estão à procura dos projectos certos, em termos de risco vs. retorno. Olham para África do mesmo modo que olham para as oportunidades num outro continente, mas atentos às particularidades de cada país. Os investidores estão à procura de negócios bem estruturados, com quadros políticos e legais aceitáveis e que tragam retornos. Nesta perspectiva, Moçambique compete com outros países que estão na rota de desenvolvimento.
MANUEL MUCÁRI"
FONTE: JORNAL NOTICIAS.

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