quarta-feira, 28 de setembro de 2016

CARVÃO DUPLICA PREÇO E REACENDE EXPECTATIVAS

OS preços do carvão nos mercados internacionais subiram, desde o início deste ano, de oitenta para 190 dólares americanos por tonelada, reagindo aos cortes de produção registados nos últimos meses.
O cenário, descrito num estudo da Economist Inteligence Unit (EIU) – uma entidade internacional de pesquisa de mercados - permite o relançamento de iniciativas de extracção mineira e o melhoramento das perspectivas em relação aos projectos de infra-estruturas baseados em Moçambique.
Exemplo disso é a indiana Jindal Steel & Power Ltd. que decidiu retomar as suas operações na mina de Chirodzi, na província de Tete, alcançando uma produção mensal de 300 mil toneladas.
A baixa do preço de matérias-primas como o carvão tinha diminuído a confiança na rápida execução de projectos de infra-estruturas, como o de uma linha ferroviária com 1600 quilómetros, recentemente aprovado por Moçambique, Botswana e Zimbabwe, para servir o porto de águas profundas de Techobanine, na província de Maputo, ligando-o à região mineira de Francistown, no leste do Botswana, através do Zimbabwe.
O consórcio internacional responsável pelo projecto do porto, com um custo estimado em mil milhões de dólares, integra a empresa portuária chinesa China Harbour Engineering Co, além da Bela Vista Holdings (BVH) e a sul-africana Transnet, empresa pública de caminhos-de-ferro da África do Sul.
Moçambique e Botswana acordaram inicialmente este projecto em 2010, numa versão de mil e cem quilómetros de ferrovia com capacidade para transportar 200 milhões de toneladas de mercadoria diversa por ano, incluindo carga geral a granel, minérios, combustíveis e passageiros.
De acordo com a Economist Intelligence Unit o Botswana disponibilizou-se a financiar a construção da linha férrea, que criaria “uma muito necessária capacidade de escoamento para as suas minas de carvão no leste do país, que afectou o desenvolvimento da indústria carbonífera, apesar das suas reservas super-abundantes.”
Para o Zimbabwe, a infra-estrutura abre também oportunidades de crescimento de exportações, enquanto para Moçambique permite “o desenvolvimento de um novo e potencialmente vibrante porto.”
 Além dos preços do carvão, a fonte também se refere aos preços do gás natural, a que estão ligados alguns dos principais projectos de infra-estruturas em Moçambique, como estando a registar sensíveis subidas, em particular desde Julho, tendo atingido, em Setembro, os valores mais elevados de 2016.
O movimento ascendente tem reforçado a confiança das autoridades moçambicanas de que poderá estar para breve a decisão final de investimento das empresas líderes dos consórcios de exploração de gás natural no Rovuma – ENI e a Anadarko Petroleum, empresa com cuja administração de topo o Presidente da República, Filipe Nyusi, se reuniu na semana passada durante a visita aos Estados Unidos.
A ENI está em negociações com a Exxon Mobil para vender parte da sua quota e existe a possibilidade de entrada no mesmo consórcio da Qatar Petroleum, que poderá comprar parte da quota da empresa italiana."
FONTE: NOTICIAS, JORNAL DE MOÇAMBIQUE.

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