terça-feira, 20 de setembro de 2016

PORTO DE MAPUTO AUMENTA CAPACIDADE DE ATRACAGEM

O PORTO de Maputo estará em condições de passar a receber navios com uma capacidade até 85 mil toneladas, mercê da conclusão, em Fevereiro de 2017, dos trabalhos de dragagem em curso desde Maio último, visando aumentar a profundidade e largura do canal de acesso à infra-estrutura portuária.
A informação foi revelada na última sexta-feira, em Maputo, por Paulo Mata, engenheiro do projecto, orçado em cerca de 100 milhões de dólares e que está a ser executado pela empresa Jan de Nul Dredging Middle East FZE, responsável pela operação para aumentar a capacidade de manuseamento da carga, que significará, por conseguinte, aumento de receitas.
Segundo Mata, o Porto de Maputo tem, actualmente, uma capacidade de manusear 25 milhões de cargas diversas por ano, mas com a dragagem iniciada em Maio e executada em cerca de 65 por cento poderá aumentar o volume de serviços portuários e atingir o recorde de 40 milhões de toneladas até 2020.
A par das obras de dragagem do porto, está igualmente previsto o aprofundamento do cais de carvão da Matola, a expansão do terminal de contentores, a construção de um outro cais para criar as condições necessárias com vista a tornar o ancoradouro estratégico.
“Neste momento, o canal tem uma profundidade de 11 metros, depois da dragagem feita em 2010. Mas vimos a necessidade de atingir o objectivo estratégico, aumentando a capacidade para atingir as 40 milhões de toneladas até 2020, daí que apostamos nesta dragagem para aumentar a profundidade até aos 14 metros ao longo dos canais de acesso”, disse Mata.
Paulo Mata deu a informação a bordo da draga JFJ, a maior draga de corte do mundo, que, desde ontem, juntou-se às duas outras já em manobras de sucção do canal de acesso ao porto, com 76 quilómetros de extensão, mas os trabalhos estão a ser executados em determinadas secções, porque noutras a profundidade está acima de 11 metros.
Comparativamente às duas primeiras, que estão a retirar sedimentos de areia, a JFJ vai cortar rochas nalgumas secções do canal e, para o efeito, será assistida por dois batelões que receberão o material dragado e depositar em local indicado para essa finalidade.
O projecto de dragagem tem de seguir as normas emanadas no estudo de impacto ambiental, em que são prescritas as acções visando reduzir os danos ambientais resultantes da actividade.
Para o efeito, o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) indicou duas zonas a sul do canal da Xefina (zona de despejo três e cinco); a zona de despejo oito a leste do canal norte.
Por seu turno, Mick Formesyn, director do projecto da Jan de Nul, disse que a draga executa trabalhos de corte de rochas e está equipada com uma cabeça de corte rotativa (“rotating cutter head”) de 1400 toneladas, que desce para as águas e, com pontas dentadas, faz os cortes, sendo a draga mais potente do mundo com três motores gigantes a bordo.
“Vamos dragar a parte do canal que tem material rochoso e esperamos mais ou menos dois meses de trabalho, onde vamos dragar um milhão de metros cúbicos. Temos dois batelões para carregar e fazer a deposição do material dragado”, explicou Formesyn.
Para além de Moçambique, já esteve a efectuar trabalhos no novo canal de Suez (Egipto) e pode, segundo a fonte, dragar até 30 metros de profundidade. - (AIM)"
FONTE: NOTICIAS, JORNAL DE MOÇAMBIQUE

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